22/11/2010

ZONA IDEAL DE TREINAMENTO

ZONA IDEAL DE TREINAMENTO
como mensurar intensidades ideais para o treinamento físico?

Pode-se determinar a frequência cardíaca máxima do exercício imediatamente após alguns minutos de esforço em forma específica de exercício. Essa intensidade do exercício requer considerável motivação e estresse - exigência essa desconsiderável para adultos sem autorização médica, particularmente àqueles com predisposição a doenças coronarianas. 
Os indivíduos com uma determinada idade possuem valores variáveis de FCmáx.  (freqüência cardíaca máxima) A freqüência cardíaca máxima tem sido estimada comumente como 220 menos a idade da pessoa em anos, independente da raça ou sexo, em adultos ou crianças.
FC = 220 - idade (em anos)

Uma fórmula alternativa para estimar a FCmáx. que possui alta exatidão para homens e mulheres inaptos é:

FCmáx. = 208 -- 0,7 x idade (em anos)

Por exemplo, um homem ou mulher de 40 anos que deseja treinar
 de forma moderada, deve escolher aproximadamente 70% da FCmáx (0,7 x 180) = 126 bpm.
Outro método bastante prático de mensurarmos a zona sensível de treinamento é pela percepção de esforço. Segue a escala e a FC proporcional (escala de borg)

6
7      muito, muito fácil                                                                                                          
8

9       muito fácil
10

11        razoavelmente fácil                                                      52 a 66% FC máx,
12
                                                                                                 61 a 85% FC máx.
13         cansativo
14                                                                                            86 a 91% FC máx.

15         muito cansativo                                                      92% FC máx.
16

17        exaustivo
18

19        insuportável
20

FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO  -  Energia, Nutrição e Desempenho humano - Sexta Edição (William D. McArdle)













25/10/2010

MIOSTATINA - INIBIDORA OU LIMITADORA DO CRESCIMENTO MUSCULAR ESQUELÉTICO


O papel da miostatina
    A Miostatina é uma proteína presente no músculo esquelético tanto no período embrionário quanto na idade adulta. Esta proteína, também é conhecida como GDF-8 (Growth and differentiation factor 8) e é um membro da família das supercitocinas do fator de crescimento transformador TGF-β, (Transforming growth factor-beta). Sua ação consiste em regular a proliferação dos mioblastos durante o período embrionário e ajustar o crescimento da musculatura esquelética em humanos e animais, durante e após o período embrionário.(1-2) Esta regulação se dá através de uma interação com o receptor Activina IIB pela junção da miostatina com um propeptídeo.(3-4-5).
    A função da Miostatina é limitar o crescimento muscular, mantendo quiescentes as células satélites. Apartir do momento que o músculo sofre uma microlesão estas células satélites, migram para substituir as células lesionadas. Sem a Miostatina, o freio que atua sobre as células satélites poderia ser eliminado e as células musculares proliferariam. (6)
    Nas ultimas décadas foi verificado que algumas raças de gado tinham uma mutação no gene da Miostatina, de modo que se formava uma proteína não funcional, o que demonstrou que a Miostatina inibia o crescimento da musculatura esquelética, e a principal características destes animais detentores desta mutação, era o crescimento exacerbado dos músculos, fenômeno chamado “double muscling” (4-7). Há pouco tempo foi encontrado o caso de uma criança alemã extremamente musculosa que possuía uma dose dupla de uma mutação que inativa a Miostatina, esta criança apresentava fenótipo semelhante ao“double muscling”. (2)
    Foi constatado por manipulação genética feita com camundongos transgênicos, que quando ocorre uma deficiência de Miostatina ocorre um drástico e generalizado aumento de massa muscular esquelética, principalmente devido a um número maior de fibras musculares livres de gorduras, chegando a ter um aumento em volume cerca de 2 a 3 vezes mais que camundongos selvagens.(4)
    Resultados recentes mostram que em nosso organismo está presente também o inibidor o da Miostatina que é conhecido como folistatina. Embora a folistatina pareça ser um potente inibidor da atividade da mesma, ela também funciona como inibidor de actinina. Actininas estão envolvidas em múltiplas funções em diversos órgãos, pelo seu bloqueio a folistatina iria afetar múltiplos tecidos, como os lisos e o cardíaco e não apenas o músculo esquelético.(8-9)
    Quanto ao uso da Miostatina nos esportes, a divulgação desta proteína trouxe diversas reações em diferentes segmentos na área da saúde, os atletas amadores e profissionais notaram a possibilidade de usar os bloqueadores da mesma para extrapolar o desempenho nos exercícios e a responsividade ao treinamento atingindo o máximo da capacidade humana.
    O efeito do treinamento de força sobre a expressão da Miostatina foi testada por biópsia muscular do músculo vasto lateral as quais, foram tomadas em repouso uma hora antes, uma hora depois e 48 horas após cinco sessões de 10 repetições no leg press, tanto antes como após 21 semanas de treinamento de força supervisionado, em duas situações: indivíduos não treinados (pré-treino) e indivíduos treinados (pós-treino).
    No inicio dos treinamentos (indivíduos não treinados), as 3 biópsias examinadas não apresentaram nenhuma mudança no conteúdo de RNAm da Miostatina, porém, posteriormente 21 semanas de treino (indivíduos treinados), ocorreu uma diminuição no conteúdo de RNAm de Miostatina após uma hora, e esta diminuição foi ainda maior após 48 horas do término da sessão de treino, sinalizando que o treinamento teve efeito e indicando que quanto menor expressão da Miostatina, maior o crescimento muscular. (10)
    Com o avanço dos conhecimentos terapêuticos a Miostatina parece ser uma representante em potencial da terapia genética, auxiliando no tratamento efetivo para diversas condições patológicas, como o HIV, sarcopenia, câncer (caquexia), distrofia muscular, entre outros. (11-12-13-14)
Conclusão
    A literatura ainda é carente a respeito dos fatores que envolvem a Miostatina, porém os estudos existentes indicam que o treinamento contra resistência pode atenuar a mesma, e o desenvolvimento de medicamentos podem vir a auxiliar no aumento de massa magra e força em casos patológicos e ainda servir como recurso para atletas que buscam extrapolar os limites do corpo.

20/10/2010

Será que a genética determina o campeão?

Será que a genética determina o campeão?



Pontos chaves

O genótipo é o resultado da combinação total de todos os genes inerentes dentro
do corpo humano. Representa o potencial genético individual e desempenha o
papel principal na determinação de muitas características anatômicas, bioquímicas,
fisiológicas ou do fenótipo (ex: olhos castanhos, o peso corporal de 75 kg ou o
consumo máximo de oxigênio de 50 ml/kg-1 • min-1).

Exceto para gêmeos idênticos, há uma variação no grau de expressão do fenótipo
nas características (isto é, força, peso corporal, pressão sanguínea) e no grau de
resposta de tais características com relação ao treinamento, a uma dieta baixa em
calorias, a medicação ou a outros fatores ambientais.

As principais fontes de variação no treinamento parecem ser o estado de
determinadas características (fenótipos) antes do treinamento e a capacidade destas
características se adaptarem ao treinamento.

Atletas de elite são provavelmente aqueles que iniciam com níveis superiores das
características necessárias para o sucesso no seu esporte e que apresentam
adaptações superiores destas características após o treinamento.

Conhecendo o genótipo, não é possível estimar com precisão a resposta do indivíduo
ao treinamento ou a qualquer outro estímulo ou se este indivíduo se tornará um
atleta campeão.

Não é provável que a engenharia genética ou outra tecnologia possa ser utilizada
seguramente na “produção” de atletas campeões.

23/08/2010

TRANSTORNO DE PÂNICO E EXERCÍCIO FÍSICO

DIMINUINDO OS SINTOMAS DE PACIENTES COM TRANSTORNOS DE PÂNICO ATRAVÉS DA PRÁTICA REGULAR DE EXERCÍCIOS FÍSICOS

um ataque de pânico é representado por um período distinto no qual há o início súbito de intensa apreensão, temor ou terror, freqüentemente associados com sentimentos de catástrofe eminente. Durante esses ataques, estão presentes sintomas, tais como falta de ar, palpitações, dor ou desconforto torácico, sensação de sufocamento e medo de “ficar louco” ou perder o controle. O transtorno do pânico representa um problema importante de saúde mental na sociedade, seus sintomas (taquicardia, tremores, sudorese, náuseas, tensão muscular) parecem prejudicar a qualidade de vida dos pacientes.


Segundo Klein (1993), existem dois tipos clínicos diferentes de ataques de pânico, com e sem a presença de dispnéia e sensação de sufocação. O primeiro seria mais encontrado nos ataques espontâneos, precipitado seletivamente por lactato, CO2, isoproterenol e bicarbonato, e seria devido a um falso alarme de um sistema de defesa contra asfixia e sufocação.

O segundo seria mais semelhante ao medo e a outros estados ansiosos, mais freqüente nos ataques situacionais, associado a manifestações inespecíficas de estresse, com ativação do eixo hipotálamo-hipófise supra-renal e elevação de cortisol, e precipitado por agentes não seletivos como cafeína, ioimbina, mCPP e agonistas inversos de receptores de benzodiazepinas.

Para Araújo (2007) as causas/ fatores que podem desencadear o TP podem ser: genéticos, ambientais, experiência de vida com caráter sofrido durante o desenvolvimento da personalidade e, mais decorrente em mulheres maiores de 18 anos.

Os benefícios da AF para transtornos psiquiátricos vêm sendo estudados, porém a influência de fatores como a intensidade, duração e o tipo de exercício ou ainda a combinação entre eles sobre os aspectos psicológicos necessitam de estudos mais rigorosos. (MELLO, 2005)


Florêncio et.al. (2009) em um estudo de caso concluiu (como mostra a tabela I) que num programa de 3 meses no formato de circuito na musculação a paciente demonstrou melhora na sua pressão arterial e na sintomalogia no TP.



Sintomalogia Início do Estudo Após 8 Semanas

                           antes - depois

Falta de Ar ou Asfixia 2 - 0

Sufocamento 2 - 0

Palpitação 3 - 0

Desconforto No Peito 2 - 0

Sudorese 1 - 0

Vertigem 1 - 0

Náusea 0 - 0

Despersonalização 2 - 0

Parestesia 1 - 0

Ondas de Calor 3 - 0

Tremores 3  - 0

Medo de Morrer 3 - 0

Medo de Perder o Controle 3 - 0

Ainda neste estudo Mello MT (2007) cita:

“A atividade física sistematizada pode acarretar diversos benefícios tanto na esfera física quanto na mental do ser humano, proporcionando uma melhor qualidade de vida. Evidenciando os benefícios da atividade física aeróbica para a síndrome do pânico. Em relação às atividades físicas de predominância anaeróbica, ainda não há consistência entre os estudos encontrados, talvez em decorrência das variações metodológicas”.




06/08/2010

EXERCÍCIO AERÓBICO ANTES OU DEPOIS DA MUSCULAÇÃO ?

EXERCÍCIO A6ERÓBICO ANTES OU DEPOIS DO TREINAMENTO DE FORÇA?

Muito se sabe soube exercícios físicos e seus benefícios, dentre eles o emagrecimento. Porém, a ordem, intensidade, recuperação e outras tantas variantes do exercício interferem diretamente no sucesso ou não de seu programa.
Bioquimicamente, uma molécula de glicose (C6H1206) é o acesso mais rápido e fácil que a célula muscular ou fibra muscular tem para produzir a energia necessária para a contração muscular. Um ácido graxo (palmítico ou esteárico) é uma molécula mais "pesada" com mais cadeias de carbono (16 e 18 carbonos respectivamente) segundo  e leva mais tempo pra ser quebrada e virar energia, em contrapartida gera mais energia quando comparada a molécula de glicose. (vide tabela ácidos graxos: http://pt.wikibooks.org/wiki/Bioquímica/Ácidos_gordos)
Pois bem, durante o exercício de moderada a alta intensidade o nosso sistema energético prioriza a metabolização da glicose, pois precisa de energia em alta demanda para manter o indivíduo no exercício. Quando submetemos nosso corpo a um trabalho de 50’ de esteira com uma freqüência cardíaca entre 55 a 70% FCmáx. estaremos provavelmente após os primeiros 20’ metabolizando ácidos graxos. Por outro lado quando submetemos nosso corpo a uma sessão de exercícios de treinamento de força (musculação) provavelmente estando entre 60 a 80% aproximadamente da carga máxima, com recuperações adequadas para a reposição do glicogênio, estarmos priorizando o carboidrato como protagonista da produção do movimento. A questão é: Podemos melhorar o processo de “queima de gordura” mudando a seqüência dos dois blocos? (musculação e aeróbico). A resposta é: Depende. Depende de muitas variantes, mas alguns são a favor do treinamento de força antes do aeróbico para depletar os estoques de carboidrato e priorizar o ácido graxo no exercício aeróbico posteriormente. Porém entra-se aí outra questão: temos o carboidrato disponível pela nossa alimentação e pelo fígado por um processo que chamamos de gliconeogenese (nova glicose) onde o fígado recebe o produto final da queima da glicose intracelular (piruvato) e gera uma nova glicose que será enviada para a corrente sanguínea. Em indivíduos treinados ou altamente treinados o mecanismo deste processo (gliconeogenese) é mais eficaz e mais rápido a ponto de depois de uma sessão de treinamento de força a glicose plasmática aumentar em comparação ao início do exercício o que não provocaria o efeito dito anteriormente na metabolização de ácidos graxos no exercício aeróbico.
Portanto não é tão simples dizer: “-Faça esteira antes ou depois da musculação” sem considerar essas variantes e características mencionadas aqui.

10 dicas para você emagrecer!

10 dicas para emagrecer com saúde
Segundo vídeo
terceiro
quarto
quinto
Último

Aproveitem !

03/08/2010

GASTO CALÓRICO

http://www.saudeemmovimento.com.br/saude/calorias/gasto_kcal_i.htm

CARBOIDRATOS

Carboidratos
Carboidratos são moléculas compostas de carbono, hidrogênio e oxigênio, em proporções constantes de 2:1 desse dois últimos átomos, daí seu nome: carbo (carbono) + hidrato (água).

Esse macronutriente tem sua digestão iniciada na boca e é absorvido no intestino em suas formas mais simples, caindo na circulação sangüínea. Diante de altos índices de glicose (forma mais abundante de carboidrato) é iniciada a liberação de insulina, a qual vai mediar o processo de absorção de algumas moléculas, dentre elas a glicose e os lipídios, vê-se então a primeira maneira através da qual a ingestão de carboidratos pode levar a hipertrofia e ao aumento do acúmulo de gordura.

Todos os 3 macronutrientes (carboidratos, gorduras e proteínas) são compostos basicamente de carbono, hidrogênio e oxigênio, à exceção das proteínas, que também possuem nitrogênio. O que dá a cada substância propriedades únicas é a disposição de suas ligações químicas e a proporção entre seus átomos. Após a "quebra" dos alimentos restam moléculas que podem ser usadas na ressíntese de vários tecidos, dependendo da demanda metabólica e da oferta nutricional. É como se seu corpo tivesse limitados tipos de peças e a partir delas montasse inúmeros quebra-cabeças. O problema é que seu corpo tem preferência por um tipo de quebra-cabeça e sua capacidade de montar outros tipos é limitada, só ocorrendo quando é estritamente necessário. Agora vêm a má notícia, o quebra-cabeça preferido de seu corpo é a ... (pausa dramática)... gordura. As outras formas, como glicogênio e proteínas musculares, podem ser induzidas pelas atividades físicas, porém sofrem sérias limitações.
  Dicas sobre a ingestão de carboidratos: 

Escolha os alimentos pelo índice glicêmico: a magnitude da elevação dos níveis de glicose sangüínea induzida por determinado alimento é denominada índice glicêmico, e quanto maior for o índice glicêmico, maior será a liberação de insulina. Em diversas ocasiões estes picos de insulina são interessantes, mas dificilmente serão bem-vindos para quem deseja reduzir o percentual de gordura. Frutas e alimentos ricos em fibras geralmente produzem menores respostas glicêmicas, Sears (autor do Ponto Z) é mais radical e recomenda frutas inteiras ao invés de sucos, visto que as fibras se encontram na polpa e não no caldo.

Aproveite o momento: depois do exercício temos um período de poucas horas onde os carboidratos podem ser bem absorvidos através de um processo independente da insulina, visto que as contrações musculares induzem a migração da proteína GLUT-4 para a superfície celular, fazendo desta uma boa hora para se ingerir carboidratos (MacLean et al, 2000; . Outro momento favorável é após despertar, pois passamos várias horas em jejum devido ao sono, favorecendo um processo catabólico mediado pelo cortisol, o qual tem sua liberação inibida pelos níveis sangüíneos de insulina.

Evite o momento: altas taxas de glicemia inibem a liberação de hormônio do crescimento, o qual tem picos significativos durante o sono. Quando objetiva-se reduzir o percentual de gordura, a recomendação é estabelecer um intervalo maior que quatro horas entre a última refeição composta de carboidratos e a hora de dormir, para que não ocorra prejuízo dos picos de GH. Esta é uma recomendação controversa e muito discutível na prática, porém há quem a defenda com muito afinco. Coma de acordo com suas necessidades: qualquer macronutriente em excesso, seja ele qual for, ocasionará acúmulo de gordura corporal, lembre-se dos quebra-cabeças, seu corpo é muito limitado para acumular proteínas e carboidratos, mas não para acumular gordura.


Existem autores que defendem alta ingestão de carboidratos, outros defendem baixa, ou até mesma nula, e alguns preconizam o equilíbrio, com quantidades equivalentes entre carboidrato e gordura. Paradoxalmente, todos estão certos e errados ao mesmo tempo. Há pessoas mais sensíveis que produzem respostas de insulina exageradas, portanto devem ter cuidado com carboidratos. Muitos organismos não suportam concentrações elevadas de corpos cetônicos geradas pela "abstinência", devendo equilibrar a ingestão de glicidios. Por sua vez, dietas ricas em proteínas são desaconselháveis para portadores de disfunções renais. Talvez a propagação destas dietas "revolucionárias" tenha mais interesse financeiro do que humano, tanto que seus gurus são invariavelmente autores de best-sellers e engordam sua conta bancária utilizando poderosas estratégias de marketing.

Nem todas as dietas são agradáveis, minha recomendação é que se encontre o método mais conveniente dentro das limitações fisiológicas e psicológicas de cada indivíduo, lembrando de variar o cardápio e até mesmo o tipo de dieta, para evitar a monotonia e o platô desencadeado pela adaptação metabólica.